Futebol

Bekas sofre duas lesões e fala de um ano atípico

Isabel Brás, mais conhecida, por Bekas é a capitã da equipa feminina do Gil Vicente e uma goleadora nata. Começou a jogar à bola com os amigos quando era ainda criança e nunca mais parou. Na escola participou em equipas mistas e não esconde que era uma das primeiras a ser escolhida.
A possibilidade de treinar no CS Bonitos de Amorim, um clube da Póvoa do Varzim, surgiu durante uma conversa casual e é lá que começa a jogar aos 15 anos. “Adorei a experiência. Inscreveram-me e no meu primeiro jogo como titular marquei três golos. Não podia ser melhor para começar” confessa a avançada natural de Barcelos. “Sempre tive convites de grandes equipas no futebol feminino ao longo dos anos, mas acabei sempre por me agarrar ao Amorim por amizade ou talvez por não querer sair da minha zona de conforto. Hoje, acredito que talvez tenha sido um erro pois podia ter ido mais longe na minha carreira”, admite.
Ao fim de 14 anos sai do Amorim rumo ao Gil Vicente onde se encontra a jogar desde 2019. No primeiro ano, a nova equipa daquela que era considerada a melhor marcadora da Série A da II Divisão Nacional de futebol feminino sobre à Liga BPI onde se encontra atualmente. Considerada uma atleta com veia goleadora, descreve como atípica a época 2021/2022. “Já fiz o gosto ao pé na Taça de Portugal, mas não no campeonato, o que acaba por ser um pouco frustrante para uma avançada que, por época, marcava muitos golos.” A jogadora reconhece que a competitividade da Liga BPI e as duas lesões que sofreu, este ano, não ajudaram à concretização dos lances.
Considera que a responsabilidade, a destreza e o rigor são essenciais para obter resultados. Valores determinantes a nível individual e coletivo que procura transmitir à equipa, enquanto capitã.

A atleta de 31 anos aplaude a evolução do futebol feminino, em Portugal, e o aumento do número de jogadoras profissionais na modalidade. “Hoje em dia já há formação e jogadoras que, desde muito novas, pensam em ser profissionais de futebol”, refere.

A aposta dos clubes no futebol feminino tem sido determinante para criar novas oportunidades para muitas atletas dentro e fora do país. A avançada barcelense não esconde que poderia ter ido mais longe em termos profissionais, mas espera contribuir para fazer a diferença ao serviço do Gil Vicente. “É o clube da minha cidade que acompanho desde pequena que está a criar condições para crescer, cada vez mais, e que pode fazer a diferença no futebol feminino.”

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