Época atribulada no futebol feminino do Gil Vicente
Entrevistado: Carlos Celso
Portugal Sport: Quando é que surge o convite para treinar a equipa feminina do Gil?
Carlos Celso: No ano quem que apareceu a Covid-19, os campeonatos acabaram, prematuramente, em março. Na altura estava a treinar os Juvenis A para ver se subíamos ao Nacional. Eles tinham descido no ano anterior e tinham-me pedido para treinar a equipa, além de, também, ser coordenador (escalões de base). Na altura em que acabou, estávamos em primeiro lugar com melhor ataque e a melhor defesa e só nos faltavam dois jogos. 15 dias após essa interrupção, o treinador da equipa feminina que estava em penúltimo lugar foi-se embora e pediram-me para o substituir.”
PS: Como é que descreve essa experiência?
CS: Foi uma experiência completamente nova. . Geralmente quando treinamos outro tipo de escalões (seniores ou da formação) eles já vêm com muitos anos de futebol e no feminino isso, ainda, não acontece. Há determinadas rotinas de treino, de jogo e a forma como se aborda o lance que os miúdos já conhecem e que muitas delas, ainda, não.
Nesse ano até correu muito bem. Ficamos em terceiro lugar na fase de manutenção com os mesmos pontos do segundo classificado que foi o Boavista. Estávamos em penúltimo e tivemos 10 vitórias. Fomos a um play-off com o Damaiense. Lá vencemos por 2-1 e em casa empatamos 3-3. Nos últimos 10 minutos foram marcados seis golos. Quando falo nisso até me arrepio.”
PS: Esta época ficou marcada por alguns contratempos. Que balanço faz do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos meses?
CC: Foi um ano bastante atípico. A meio da época tivemos alguns problemas porque três jogadoras titulares, uma avançada, uma central e a guarda-redes, tiveram lesões graves e tiveram de ser operadas. Isto aconteceu em dezembro e nenhuma está, ainda, recuperada. A meio da época quando estávamos quase a acabar a primeira fase saíram do clube mais três jogadoras, também, elas titulares. Seis jogadoras correspondem a mais de 50 por cento da equipa o que nos obrigou a fazer uma reformulação completa. Foi um ano atípico a nível da estrutura da equipa. Tínhamos uma equipa organizada para fazer um trabalho bonito que, na nossa opinião, nos ia permitir atingir o objetivo, mas tivemos este handicap.”
PS: Independentemente dos resultados, pretende continuar à frente da equipa na próxima época?
CC: Vamos ver o que vai acontecer. Trabalho no Gil Vicente onde pretendo continuar seja na coordenação, a treinar uma equipa masculina ou feminina. Vai depender da direção.