“Queremos que esta modalidade seja de primeira divisão”
Entrevistado: Júlio Coutinho, coordenador técnico do futsal do FC Famalicão
Portugal Sport – O futsal é um projeto recente no clube, que vem de uma parceria com outra instituição. Como foi possível criar esta dinâmica, que permitiu a abertura da modalidade?
Júlio Coutinho – É uma situação já pensada há dois, três anos. O mentor deste projeto é o treinador do futsal do FC Famalicão, Ricardo Costa. A direção do FC Famalicão tem como objetivo tornar o clube mais eclético e o futsal foi o primeiro passo dado nesse sentido.
PS – Que constrangimentos é que a pandemia trouxe na abertura da modalidade?
JC – A pandemia iniciou-se na vigência do Cabeçudense, quando subimos à terceira divisão. Trouxe um grande transtorno, mas já tínhamos o projeto bem estruturado para fazer a transição de Cabeçudense para FC Famalicão. Este ano as coisas não correram como esperado do ponto de vista competitivo, queríamos lutar pela subida, infelizmente não foi possível.
PS – Representar o FC Famalicão trouxe novas responsabilidades?
JC – A diferença é tremenda. A vontade jogar contra o FC Famalicão é bem maior que jogar contra o Cabeçudense. O facto de representarmos o FC Famalicão também nos tornou mais atrativos no sentido de sermos procurados por atletas de futsal, que querem representar estas cores. Termos o símbolo do FC Famalicão ao peito é uma responsabilidade tremenda, mas também honrosa.
PS – A médio longo prazo, querem levar o FC Famalicão ao principal patamar do futsal em Portugal?
JC – Esse é o principal objetivo deste projeto. Queremos que esta modalidade em Famalicão seja de primeira divisão.
PS – Quantos atletas representam a formação do FC Famalicão?
JC – Temos cerca de 90 atletas, com equipa B e quatro escalões de formação. Temos os sub-9, sub-11, sub-13 e sub-15. Na equipa B temos atletas sub-17 e sub-19.
PS – Em termos de infraestruturas o futsal joga e treina nas mesmas instalações do Cabeçudense?
JC – Exatamente. Continuamos a usar as instalações do pavilhão das Lameiras, que é municipal. Recorremos a pavilhões externos para alguns escalões de formação. Um projeto do nosso presidente para engrandecer o FC Famalicão, passa por construir um pavilhão, mas é algo visto a longo prazo. A academia teve custos na ordem dos milhões de euros, mas o pavilhão é algo que não vai acontecer agora, mas que está pensado.
PS – Portugal é bi-campeão europeu e campeão mundial em futsal. Ainda há espaço para a modalidade crescer ainda mais no nosso país?
JC – Sim. Fiz parte de um projeto antigo, quando começou futsal na Federação Portuguesa de Futebol. Das primeiras reuniões que existiram entre clubes e a FPF eu estive presente, com o Dr. Gilberto Madail. Nesse tempo, a não ser os clubes de futsal, acreditavam que a modalidade pudesse chegar onde chegou. Mas ainda há espaço para crescer mais. Estamos num patamar muito interessante, mas podemos ir mais longe, começam a apresentar escolas de futsal, novas academias e o futuro vai passar por ai. Vamos ter cada vez mais atletas federados e o futsal vai crescer ainda mais.
PS – O FC Famalicão está a dar cartas no futebol feminino. Para quando um projeto de futsal feminino no clube?
JC – É também um projeto que está pensado pela direção. É uma possibilidade para o FC Famalicão.