“Formar atletas e bons adultos para o futuro”
Portugal Sport – Como surgiu a ideia de criarem uma secção de andebol em Portimão e qual foi a recetividade do Portimonense quando fizeram a proposta da abertura da modalidade no clube?
Luís Carrilho – O andebol apareceu num projeto com as escolas e a Associação de Andebol do Algarve. O meu filho começou a ir aos treinos e a jogar andebol, enquanto eu fui convidado para esse projeto com as escolas, uma vez que joguei andebol.
De um momento para o outro, o projeto acabou e tivemos de encontrar um clube para exercer a modalidade. O Portimonense aceitou receber-nos e desde então somos Portimonense. Isto em 2018.
PS – Neste momento, apenas existem equipas de formação dentro do clube?
LC – As equipas são todas de formação. Em 2018 começamos com uma equipa de infantis e outra de iniciados. Com poucos atletas, mas fomos angariando mais e mais. Antes da pandemia entramos nas escolas, ensinamos andebol a 1200 alunos e conseguimos trazer alguns para o clube. Infelizmente a pandemia veio nos fechar as portas.
Neste momento temos minis, infantis, femininos e masculinos. E temos também os iniciados desde o começo da modalidade no Portimonense. Voltando ao feminino, temos uma equipa de iniciados/juvenis, que competem em juvenil. Quando tivermos mais atletas, separamos os grupos.
PS – O nível competitivo aqui no Algarve ainda tem muito para crescer?
LC – Penso que existem sete clubes aqui no Algarve. O andebol em Lagoa é desporto-rei, é a zona mais forte da modalidade e temos outras em equipas em Tavira, em Lagos e pouco mais. Há uma grande falta de atletas e apoios ao andebol no Algarve. Existem muitas outras modalidades e hoje todos querem ser o Cristiano Ronaldo. O futebol continua a absorver muitos atletas para a formação.
PS – Como definiria o grande o objetivo da secção de andebol num futuro próximo?
LC – O objetivo é termos atletas minis e bambis. Sem esses o projeto não anda. Queremos manter os juvenis connosco até termos uma equipa de seniores, formada por esses jogadores, mas é um projeto a longo prazo. Ter uma equipa de veteranos comigo e com os treinadores também poderá acontecer. Para ver se conseguimos chamar mais malta para virem ao andebol.
PS – A filosofia das equipas de formação passa por formar atletas ou cidadãos?
LC – Formar atletas e bons adultos para o futuro. Sou grato ao andebol porque aprendi muito. Sou o que sou hoje graças ao andebol em grande parte. Somos uma família e queremos incutir esse espírito familiar aos nossos atletas. O andebol é acima de tudo para eles crescerem e se divertirem.