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“Fomos à luta como uma família”

Entrevista a Paulo Riscado, coordenador técnico do basquetebol do Portimonense

Portugal Sport – A subida à Proliga veio trazer outra visibilidade ao basquetebol do Portimonense. Como caracteriza o papel do basquetebol dentro da estrutura do clube?

Paulo Riscado – O projeto do basquetebol surgiu há três ou quatro anos, mas temos todos os escalões, desde o baby basket, até aos seniores. Masculinos e femininos. Temos neste momento 250 miúdos inscritos. Este ano queremos chegar aos 300. Pese embora a falta de infraestruturas de Portimão para podermos ter um projeto mais ambicioso nesse sentido. Mas somos um clube formador e totalmente qualificado para o efeito. Temos também um parceiro muito grande que é a Câmara Municipal de Portimão, que nos ajuda no que pode. Desde infraestruturas, como em transportes. Somos gratos a eles.

PS – A subida de divisão foi uma surpresa?

PR – Não éramos candidatos. Quando montamos a equipa, fizemos com o objetivo de ter uma equipa construída essencialmente com a prata da casa. Com essa base, queríamos fazer um campeonato engraçado, mas sem pensar em subir. O ano tornou-se atípico, houve uma grande união da equipa, tivemos dois ou três reforços cirúrgicos que foram importantes. E foi como uma família que conseguimos ir a luta e jogo para jogo fomos acreditando cada vez mais, até chegarmos ao título.

PS – A aposta na formação é para manter?

PR – Sim, essencialmente o Portimonense é um clube formador. Mas não vamos ter uma equipa totalmente formada por jogadores da casa. Temos de trazer jogadores melhores, até para ajudar a evoluir os que cá estão.

PS – É fácil captar para a modalidade atletas de Portimão?

PR – O futebol é o desporto mais atrativo em Portimão. Mas hoje muita gente fala do basquetebol, até pelos resultados da nossa equipa. Temos inclusivamente hoje miúdos de Silves e Lagos que querem vir para o basquetebol do Portimonense.

PS – O basquetebol é uma modalidade em crescimento?

PR – Quanto mais se falar em basquetebol, melhor. E hoje por causa da NBA e tudo o mais, a modalidade está a crescer. Temos também muita gente na estrutura que é ligada ao basquetebol, que jogou basquetebol e não são apenas professores de Educação Física. Isso ajuda também a subir o nível do nosso clube no basquetebol.

Hoje, o capitão do FC porto é de Portimão, fez aqui a formação. E temos muito o orgulho nisso. Não dá para comparar com o futebol, mas já sentimos que as pessoas escolhem o basquetebol porque gostam da modalidade e não porque não terem jeito para o futebol.

PS – A equipa sénior feminina irá voltar eventualmente?

PR – Já tivemos uma equipa forte de seniores femininas. Mas eram miúdas novinhas, foram para a faculdade e tivemos de suspender as seniores. Outras foram para outras equipas e desmantelou-se esse plantel. Mas queremos voltar a ter uma equipa sénior dentro de dois anos.

PS – Qual é neste momento o maior desafio do basquetebol do Portimonense?

PR – O nosso desafio é tentar manter a equipa na Proliga. Tentar voltar a ter o mesmo nível de patrocínios que tínhamos antes da pandemia. Na formação estamos com um nível acima do que esperávamos. Os miúdos tiveram muito tempo parados e estão responder bem a este regresso aos treinos e à competição. Vamos tentar alavancar o basquetebol na cidade, que já é muito falado, mas que vai continuar em expansão, no que depender de nós. Com os seniores na Proliga essa missão torna-se mais fácil.

PS – Que mensagem gostaria de transmitir aos adeptos do Portimonense neste inicio de temporada?

PR – Estamos na segunda divisão, temos um nível muito bom, semi-profissional. A pessoas podem vir cá ver jogos de grande nível e o pavilhão tem todas as condições para que as pessoas desfrutem dos jogos. Por isso venham aos jogos e desfrutem de grandes partidas de basquetebol.

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